Júlio Soares

  

 

Júlio Soares, nascido a 08-01-1927, na freguesia dos Mosteiros por volta das 12:00h, inicia a sua formação musical aos 10anos de idade na Fundação Brasileira, sendo seu monitor Manuel Jacinto Alves.

Em fevereiro de 1948 ingressa como voluntário na Banda Militar dos Açores, sendo no ano seguinte promovido a 1º cabo, e a furriel em outubro de 1950, tendo à data sido colocado na Banda Militar do Regimento de Infantaria 15 em Tomar. Até então era clarinetista, nesta fase toca saxofone, voltando mais tarde novamente ao clarinete, quando desempenha as funções de 1º sargento Clarinete solista. Em 1956 é colocado na Banda Militar de Lourenço Marques-Moçambique em comissão voluntaria, onde inicia os seus estudos musicais de uma forma mais profunda ao nível da instrumentação, harmonia e história da música.

Regressa a Lisboa em 1961 e é colocado na banda Militar de Mafra tendo neste mesmo ano regressado à Banda Militar dos Açores. Em todas estas bandas foi sempre solista no instrumento de clarinete.

Ainda em 1961, torna-se maestro da Fundação Brasileira, até 1967, ano em que por imposição, parte para Lourenço Marques dada a promoção a sargento-ajudante e, tendo ai assumido o posto de subchefe desta mesma banda.

Em 1969, regressa aos açores, retomando com mestria o comando da fundação brasileira, prolongando-se até 1977. Pela primeira vez a fundação brasileira vai aos U.S.A em 1974, muito pelo empenho e dedicação do mesmo, sendo a Fundação Brasileira a 1ª Filarmónica de Portugal Continental a atravessar o atlântico rumo aos U.S.A. Em 1976 no comando da batuta acompanha a Fundação Brasileira à ilha Terceira, por altura das S. Joaninhas e em 1977 novamente aos E.U.A, na qual se destaca visita à Casa Branca (Washington). Nesse mesmo ano, parte para a academia militar da Amadora, donde sai com o posto de sargento -chefe. Em 1979 é promovido a sargento -mor passando à situação de reserva no ano de 1983. Dirigiu a banda militar dos açores, bem como algumas vezes a banda militar de Lourenço Marques- Moçambique e a Banda Militar de Queluz.

A sua carreira militar durou 36 anos, na qual atingiu o posto máximo da classe de sargento-mor, na qual foi distinguido com diversos louvores de Generais e Chefes Militares, e algumas condecorações como a medalha de ouro de comportamento exemplar.

Ao todo passa de forma brilhante na fundação brasileira 29 anos da sua vida. Desses, 15 dos quais como maestro e 14 como executante de clarinete, sem que por uma única vez tivesse tido qualquer contrapartida financeira, fazia-o com brio, profissionalismo e de forma apaixonada e dedicada a essa casa, sua casa.

 Júlio Soares, também participou na arte Teatral da Filarmónica representando vários dramas e comédias, recorda com saudade “Cama, mesa e roupa lavada, e Tardes de Abril” entre outras.

Compõe o Hino da fundação brasileira, intitulado 1º centenário, no ano de 1963, com a particularidade de ter sido tocado pela primeira vez conjuntamente com a Harmonia Mosteirense e a fundação brasileira. Compõe ainda algumas marchas como Homenagem a Fall River por altura das deslocações aos Estados Unidos da América em 1974 e 1977. Lembra ainda uma marcha grave intitulada “Margarida” em homenagem à sua filha. A 10 Maio de 2014 dirigiu pela última vez a Fundação Brasileira, mais precisamente o hino que o próprio escreveu e que ainda hoje é o hino da Banda.

Era compreensivo e ao mesmo tempo exponha firmeza e disciplina dada a sua formação militar. Empenho, dedicação e brio, assim foi feito o seu percurso musical.